Atualizado em
7 Livros Retirados da Bíblia que Você Precisa Conhecer
Se tem uma coisa que atrai a curiosidade de muitas pessoas, é o que está por trás dos livros considerados sagrados, como a Bíblia. Ao longo da história, muitos textos foram discutidos, debatidos e, em alguns casos, até mesmo excluídos de versões que conhecemos hoje. No Brasil, nossa cultura é profundamente influenciada por essa obra, e entender os livros retirados dela nos ajuda a ter uma visão mais completa da espiritualidade e da história do cristianismo. Hoje, vamos explorar sete livros que foram retirados da Bíblia e que, definitivamente, você precisa conhecer. Eles trazem reflexões e ensinamentos que podem enriquecer nosso entendimento sobre a fé e a moral.
O que são os livros retirados da Bíblia?
Antes de mergulharmos nos livros em si, é interessante notar que a Bíblia, como a conhecemos, passou por diversos processos de canonização. Isso significa que, ao longo do tempo, os líderes religiosos decidiram quais livros seriam considerados inspirados e, portanto, dignos de fazer parte das escrituras. Assim, muitos textos valiosos acabaram sendo excluídos, geralmente por questões teológicas, políticas e sociais. Essa seleção não só afetou a forma como a mensagem se espalhou, mas também impactou a compreensão de Deus e da espiritualidade para milhões de pessoas.
1. O Livro de Enoque
A Origem e a História
Um dos livros mais intrigantes que foi excluído das escrituras canônicas é o Livro de Enoque. Este texto é atribuído a Enoque, o bisavô de Noé. O que fascina tanto em Enoque é seu caráter apocalíptico e as descrições vívidas dos anjos e da vida após a morte. O livro foi amplamente utilizado por algumas vertentes do judaísmo e teve influência significativa em textos do Novo Testamento. Ele nos fala sobre a queda de anjos e aborda temas como a justiça divina e o juízo final.
Por que foi retirado?
O Livro de Enoque enfrentou forte resistência nas primeiras comunidades cristãs e, consequentemente, não foi incluído no cânon. Pode-se dizer que sua linguagem e a forma como apresenta certas doutrinas foram consideradas complicadas e controversas. No entanto, sua leitura nos oferece reflexões poderosas sobre a natureza da humanidade e o relacionamento entre Deus e suas criaturas.
2. O Livro de Jasher
O Que É o Livro de Jasher?
Outro texto fascinante é o Livro de Jasher, que é mencionado nas escrituras da Torá. Este livro é uma coleção de histórias que oferece uma visão paralela e detalhada da história do povo de Israel. Relatos da vida de figuras bíblicas como Adão, Abraão e Moisés são presentes nesse texto, o que nos dá um contexto interessante sobre a tradição oral que circundava essas narrativas.
A Exclusão e Suas Razões
O Livro de Jasher não foi aceito na canonização por causa de sua veracidade questionável. Muitos líderes religiosos da época consideravam que suas histórias variavam demais em relação às narrativas canônicas. Isso levantava questões sobre a autenticidade e a precisão do livro, levando à sua exclusão, apesar de sua importância histórica.
3. O Evangelho de Tomé
A Relevância do Evangelho de Tomé
Um dos textos gnósticos mais conhecidos é o Evangelho de Tomé. Este evangelho é uma coletânea de atos e ensinamentos atribuídos a Jesus, e, ao contrário dos evangelhos canônicos, ele não narra sua vida ou morte. Em vez disso, apresenta uma série de ditos de Jesus que enfatizam o conhecimento interno e a busca pelo divino.
O Que Levou à Sua Exclusão?
A principal razão para a exclusão do Evangelho de Tomé reside em sua abordagem não ortodoxa da fé cristã. O gnosticismo, do qual o texto faz parte, era visto como uma ameaça à doutrina cristã estabelecida. Dessa forma, o Evangelho de Tomé foi considerado herético, e sua supressão ajudou a moldar o que entendemos hoje como a verdadeira natureza da mensagem cristã.
4. O Livro de Serefim (ou Livro de Adão)
A Narrativa Acerca do Livro
Com uma temática muito rica, O Livro de Serefim, ou Livro de Adão, retrata a vida de Adão e Eva após serem expulsos do Jardim do Éden. O texto explora questões profundas sobre arrependimento, perdão e busca pela redenção. Este livro, embora apócrifo, fala sobre a luta da humanidade desde os primórdios e nos provê lições atemporais.
Motivos para a Exclusão
Assim como outros textos, O Livro de Serefim não foi incluído no cânon por ser considerado não autenticado. Seus ensinamentos e narrativas fugiram do que os líderes religiosos queriam preservar, levando à sua exclusão.
5. O Livro de Mórmon
A Importância do Livro de Mórmon
Embora não seja um livro retirado da Bíblia em si, o Livro de Mórmon tem grande importância nas tradições religiosas, especialmente entre os Santos dos Últimos Dias. Escrito por profetas antigos que habitavam as Américas, ele também fala sobre Jesus Cristo, sugerindo que ele esteve presente nas terras do ocidente. A escrita é focada em um outro ciclo de profecias, que, mesmo que não tenha sido adotada pela versão convencional da Bíblia, oferece uma perspectiva adicional sobre a fé cristã.
A Exclusão e suas Implicações
O Livro de Mórmon não foi incluído na Bíblia devido à sua origem e ao contexto dos Mórmons. Sua inclusão poderia criar um novo cânon, desafiando a tradição cristã como um todo.
6. O Evangelho de Maria Madalena
Uma Perspectiva Única
O Evangelho de Maria Madalena oferece uma visão intrigante sobre a liderança feminina nos primórdios da cristandade. Presentes nesse texto estão ensinamentos e reflexões que Maria recebeu diretamente de Jesus, evidenciando a profundidade de sua sabedoria e a importância de sua figura na comunidade cristã primitiva.
O Motivo de Sua Exclusão
O motivo da exclusão do Evangelho de Maria Madalena está fundamentalmente ligado às estruturas patriarcais que dominavam a sociedade da época. Sua mensagem subversiva e o protagonismo da mulher foram considerados desafiadores para a normatividade religiosa.
7. O Evangelho de Judas
O Que Revela o Evangelho de Judas?
O Evangelho de Judas nos oferece uma reinterpretação da traição de Judas Iscariotes, apresentando-o não como um traidor, mas como um aliado de Jesus que cumpriu um papel essencial no plano divino. No texto, Judas é retratado como alguém consciente de sua missão, que realiza um ato necessário para a entrega de Cristo.
Razões para a Exclusão
Assim como outros textos gnósticos, O Evangelho de Judas foi excluído, principalmente porque suas ideias contradiziam a narrativa tradicional da traição. Esta perspectiva alternativa não apenas desafiava a percepção popular de Judas, mas também levava a questionamentos sobre a natureza de Deus e da redenção.
Conclusão
Quando olhamos para os livros que foram excluídos da Bíblia, percebemos que a história, a espiritualidade e as questões de vida têm nuances que muitas vezes não são abordadas nas versões canônicas. Cada um desses textos que discutimos hoje traz valiosos insights que podem nos ajudar a entender melhor a complexidade da experiência humana e o que significa ser espiritual em um mundo em constante transformação. Conhecer esses livros é uma forma de expandirmos nossa compreensão e refletirmos sobre as múltiplas interpretações da fé ao longo da história.
FAQ
1. Quais são os critérios para a canonização de um livro na Bíblia?
Os critérios geralmente incluem a apostolicidade, a tradição, a ortodoxia e a aceitação pelas comunidades de fé da época.
2. Qual é a importância de estudar livros não-canônicos?
Estudar livros não-canônicos nos permite compreender as diversas camadas de significado da fé e como diferentes grupos interpretaram as mensagens religiosas.
3. Esses livros têm impacto na teologia moderna?
Sim, muitos teólogos atuais ainda fazem referências a esses textos para discutir questões contemporâneas da espiritualidade e da moralidade.
4. Como posso acessar esses textos?
Muitos desses livros podem ser encontrados online, em traduções e versões comentadas, bem como em livrarias especializadas em literatura religiosa.
Referências
- DESROCHE, A. (2018). História da Bíblia: Da origem aos dias de hoje. São Paulo: Editora Vida Nova.
- GUNKEL, Hermann. (1997). A Bíblia e suas raízes. Rio de Janeiro: Editora Mundo Cristão.
- BOWERSOCK, Glen. (2007). Sobre a Bíblia: Uma introdução à história e à crítica. São Paulo: Editora Abril.